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Tristes ocorrências e novas ferramentas para garantir qualidade de vida


Caros amigos leitores... Damos início a mais um ano com a esperança de que tenhamos dias melhores para todos.Ao longo do mês de fevereiro, a sociedade brasileira observou consternada a mais um desastre. A cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, registrou um volume forte de chuvas e isso fez com que as estruturas de vários morros locais, com grande concentração populacional, não resistissem. 

No dia 15 de fevereiro, choveu mais em 6 horas do que o esperado para o mês inteiro em Petrópolis. No final da tarde, a correnteza arrastou carros e derrubou barreiras. Segundo o governo do Rio de Janeiro, as chuvas foram as piores já registradas na cidade desde 1932. A quantidade de chuva surpreendeu, mas a prefeitura já sabia que diferentes pontos da cidade corriam risco de deslizamento, enchente e inundação. Um Plano Municipal de Redução de Riscos, elaborado no ano de 2017, indicava que 18% do território de Petrópolis estava sob risco.

O resultado foi o deslizamento de terras em várias localidades, enchentes e, o pior, um saldo de mais de 230 pessoas mortas. Infelizmente, essa não foi uma ocorrência isolada, já que, ao longo do período de chuvas, várias cidades do país enfrentam grandes problemas relacionados com soterramentos, enchentes e outros danos estruturais.

Apesar de muitos relativizarem e culparem a natureza por problemas tão graves quanto os verificados em Petrópolis, a realidade se mostra bem diverso. A falta de um planejamento mais adequado das cidades tem relação umbilical com casos como os verificados na cidade fluminense e também em outras que sofreram com inundações e mortes ao longo dos últimos meses.

O planejamento é algo de maior relevância para garantir segurança, qualidade de vida e outros atributos aos moradores de um município. Isso se evidencia pela necessidade de periodicamente se ter um plano diretor revisto, com apontamentos para questões vitais como água, moradia, estrutura viária, entre tantos outros.

O problema é que nem sempre um plano diretor é respeitado, o que se evidencia pelo caso de Petrópolis, no qual um grande contingente populacional continua a residir em áreas de alto risco, com potencial para deslizamentos, sem que opções de moradia popular sejam ofertadas para um estrato social que tem poucas condições de buscar outras localidades para se estabelecer.

É imperativo que planos diretores e outras diretrizes saiam do papel, buscando evitar que desastres voltem a se repetir. E para tanto é necessário utilizar os mais diferentes dispositivos existentes. Dentre eles a tecnologia, que possibilita que muitas transformações possam ser estabelecidas, garantindo que diversas melhorias sejam oferecidas à comunidade como um todo.

Nesta edição de ENFOQUE é ressaltado um formato diferenciado de pensar os municípios. Trata-se do conceito de cidades inteligentes (matérias que estão nas páginas 6 e 7 desta edição), que não é mais uma ideia, mas, sim, uma forma concreta de aliar a tecnologia com os serviços públicos essenciais. Antenado a essa questão, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo debateu aprofundadamente esse tipo de gestão, ressaltando que ele é um caminho praticamente sem volta: os municípios têm de agregar a tecnologia para melhorar a qualidade de vida de suas populações.

E neste contesto, os profissionais de engenharia e áreas afins se mostram imprescindíveis. Eles são norteadores de políticas públicas que podem ser colocadas em vigor para melhorar o atendimento da sociedade. São questões que vão de um simples funcionamento de um semáforo até um complexo sequenciamento de fluxo de mobilidade urbana. 

Em qualquer contexto, deve estar presente o conhecimento da Engenharia e também das ferramentas disponibilizadas pelas tecnologias diversas. Efetivamente, um novo tempo está sendo constituído e que ele se mostre capaz de evitar que tragédias como as do último fevereiro não mais se repitam.

(*) O Engenheiro Civil Milton Kiyoshi Hirota é presidente da AEAAG.

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