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Decisões de uma cidade inteligente estão atreladas à área tecnológica


Se as decisões de uma cidade inteligente estão centradas no cidadão, há profissões imprescindíveis para o desenvolvimento de iniciativas que melhorem a qualidade de vida da sociedade e, entre elas, estão as da área tecnológica. Para incentivar a formação profissional e o intercâmbio de ideias e conhecimento, o Crea-SP promoveu uma série de debates sobre o tema ao longo do Simpósio Nacional de Cidades Inteligentes.

Segundo o presidente do Crea-SP, Vinicius Marchese, há atualmente um gargalo de um milhão de profissionais da tecnologia até 2030 no país, conforme dados da consultoria McKinsey. "Essa pesquisa também reforça a importância da capacitação e o Conselho cumpre seu papel ao realizar eventos como este", disse? 

Tecnologias disruptivas, mobilidade inteligente, gestão de resíduos, segurança pública, sustentabilidade e inovação foram alguns temas tratados por especialistas nos painéis do encontro. A diversidade de tópicos, com mais de 20 atrações em oito espaços, permitiu uma visão ampla sobre o conceito e os projetos de cidades inteligentes?

Dados — Em painel sobre tecnologias exponenciais, Tomas Roque, diretor executivo da Gartner, observou que é preciso impulsionar o uso de dados para criar serviços preditivos e proativos para agregar valor aos cidadãos. "Somente 12% do volume de dados disponíveis são utilizados para o desenvolvimento de políticas públicas", avaliou? 

As experiências de São José dos Campos, Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu estiveram em destaque no painel "Cidades inteligentes na prática", mediado pelo presidente do Crea-SP. Foram apresentados projetos que vão desde o monitoramento das ruas com câmeras e sensores até o controle do tráfego e semáforos?

O prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth, ponderou que uma das maiores dificuldades para a implementação de projetos inovadores é a legislação, que não acompanha a velocidade da inovação. Nesse aspecto, Marchese apontou que as leis e a educação ainda precisam avançar para diminuir a distância com a tecnologia, e, assim, facilitar aos gestores públicos que adotem soluções de inovação? 

Bons exemplos foram compartilhados pelo diretor de projetos da SPIn (consultoria de soluções públicas), Vitor Antunes, como uma plataforma de inteligência artificial voltada à gestão do ensino público capaz de realizar um “match” entre professores e alunos com base no histórico e nas necessidades diagnosticadas em tempo real. Além disso, o palestrante falou sobre um robô utilizado para o deslocamento de pacientes no interior de hospitais, o que permite liberar os profissionais para desempenharem outras funções? 

Essas possibilidades são concretizadas a partir do intenso mapeamento de dados e informações sobre os espaços e serviços urbanos. “A cidade inteligente tem integração e transversalidade. Não é só tecnologia. É uma mudança de trabalho, de pensamento, que tem a tecnologia como um meio para chegar ao objetivo”, opinou Aurélie dos Santos, gerente de Smart Cities na Green4T, empresa que fornece soluções de tecnologia e infraestrutura digital? 

Por ser a primeira cidade inteligente certificada do Brasil, São José dos Campos ganhou espaço na programação para o compartilhamento das iniciativas implementadas, como a visitação ao novo Centro de Segurança e Informação, equipado com mais de mil câmeras, com reconhecimento facial, que permitem o monitoramento constante e em tempo real de todas as ruas do município.

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